Precisa de relé para a homologação de projetos grid zero na CEMIG?

Categorias: ConcessionáriasPor Published On: 23 de setembro de 20242,7 min read744 words

Uma dúvida bem comum entre os integradores é sobre a necessidade do uso de relé para a homologação de projetos fotovoltaicos grid zero. Por ser uma questão bem pertinente, é importante enfatizar dois pontos antes de respondê-la:

Em primeiro lugar, o procedimento de homologação de projetos grid zero é diferente dos tradicionais. Isso porque, esse tipo de sistema não se enquadra como micro ou minigeração distribuída.

O que acontece, na verdade, é uma comunicação prévia sobre a instalação à distribuidora local. Isso porque esses sistemas não participam do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, conforme estabelecido pela Lei 14.300/2022 da ANEEL.

Essa comunicação é uma medida de segurança, que tem o objetivo de garantir que a instalação não cause distúrbios no sistema elétrico ou coloque a vida das pessoas em risco, além de evitar a injeção de energia na rede.

Também há a necessidade de comunicar à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobre a instalação do sistema grid zero. Esse processo pode ser feito por meio do preenchimento de um formulário online no site da ANEEL.

O segundo ponto a se destacar, é que a exigência do relé para a homologação (neste caso, a comunicação) de projetos grid zero é relativa, pois depende de cada concessionária. 

A CEMIG possui essa exigência?

No caso da CEMIG, em específico, ela inclui o relé como um requisito de proteção para a conexão através de inversores. Essa informação está presente no item 3.3.1.1 do documento de normas técnicas (ND.5.30) da CEMIG. Ele informa que os requisitos de proteção para a conexão através de inversores para potência instalada até 75 kW. No texto, também está incluso o seguinte trecho: Save

“Para operação em paralelismo permanente com a rede de distribuição (incluindo os sistemas conhecidos como zero grid, zero export e similares): o sistema de geração própria deverá contar com disjuntor independente e painel de proteção com […] no mínimo a função ANSI 32 para gerações conectadas através de inversores.”

Contudo, outra informação presente neste documento, por meio da nota 2, explica que não é necessário relé de proteção específico. Ou seja, o que é solicitado é “um sistema eletroeletrônico que detecte tais anomalias e que produza uma saída capaz de operar na lógica de atuação do elemento de interrupção.”

Impactos que a exigência do relé pode gerar para o integrar e cliente final

Na visão de alguns profissionais do mercado fotovoltaico, essa exigência da CEMIG em inserir o relé para a homologação de projetos grid zero é uma questão complexa, e que traz alguns efeitos negativos para pequenas usinas, como as residenciais, por exemplo.

Embora seja necessário, de fato, ter um dispositivo de proteção no sistema grid zero, o alto custo do relé acaba inviabilizando financeiramente a instalação do sistema, em alguns casos, porque aumenta significativamente o orçamento do projeto.  

Ou seja, com relação a questão de preços, o uso do relé na homologação de projetos grid zero faz sentido em usinas de grande porte. Contudo, essa situação gera impactos nos orçamentos de sistemas de tamanhos médio e pequeno, especialmente nos residenciais.

Critérios para instalação do relé de proteção

Conforme consta no texto de normas técnicas ND.5.30 da CEMIG, o relé de proteção deverá ser instalado na tampa basculante de uma caixa metálica localizada em local apropriado e de fácil acesso, que deverá possuir dispositivo para instalação de selo Cemig D. 

Tanto a caixa como a parte frontal do relé (por onde é feita a parametrização do mesmo) serão seladas e o consumidor terá acesso apenas ao botão de rearme (“reset”) do relé. 

É necessária a utilização de fonte auxiliar para alimentação do sistema de proteção. Deverá ser utilizado um sistema “no-break” de forma que não haja interrupção na alimentação do sistema de proteção. O “no-break” deverá possuir algumas características específicas, que podem ser verificadas no texto na íntegra do documento citado acima, clicando AQUI.

Fontes: Manual de Distribuição Requisitos para a Conexão de Acessantes ao Sistema de Distribuição Cemig D – Conexão em Baixa Tensão

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